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Orlando Grossegesse (org.):

O estado do nosso futuro
Brasil e Portugal entre identidade e globalização

171 pp., 19,80 €, ISBN 978-3-925867-83-5
Data de publicação: Outubro de 2004

O título e o tema inspiram-se no subtítulo “relatórios sobre o estado do futuro” dos dois volumes Vor der Jahrtausendwende [Antes da viragem do milénio], editados por Peter Sloterdijk. Sem dúvida, é fácil detectar laivos de ironia nesta expressão porque quando pretendemos falar do futuro, também nos devemos debruçar sobre alternativas já pensadas no passado mas (ainda) não realizadas. Por outro lado, questiona-se a própria tentativa de fazer previsões ou de definir o futuro perante uma situação mais ou menos apocalíptica que não mudou desde a viragem do século. Encontramo-nos também na esteira das “notícias do futuro”, subtítulo do romance Não verás país nenhum de Ignácio de Loyola Brandão.
Sob este horizonte, o volume reúne ensaios dedicados ao Brasil e a Portugal, no âmbito da filosofia política e social, dos estudos culturais e da sociologia da literatura, que na sua maioria foram apresentadas no Congresso da Associação Alemã de Lusitanistas (DLV) em Março de 1999 e posteriormente actualizadas.
Da autoria de universitários vindos de Portugal, Espanha, Alemanha, Suíça, Brasil e dos Estados Unidos, os textos oferecem pistas estimulantes para a discussão do “nosso” futuro em tempos de globalização.

Índice:
Orlando Grossegesse (Universidade do Minho, Braga): Sobre o estado do nosso futuro. Um epílogo como prólogo
Onésimo Teotónio Almeida (Brown University, Providence): Identidade nacional – a doce tirania do passado.
Fernando Clara (Universidade Nova de Lisboa): O futuro foi ontem. Tempo e Identidade nacional.
Eduardo Subirats (New York University, Nova Iorque): Antropofagia contra globalização.
Eneida Leal Cunha (Univ. Federal da Bahia, Salvador da Bahia): Comemorações dos Descobrimentos: reconfigurações contemporâneas da nacionalidade no Brasil e em Portugal.
Albert von Brunn (Biblioteca Central, Zurique): Cidade de Deus ou Sodoma? A visão apocalíptica da cidade em Caio Fernando Abreu.
Isabel Pires de Lima (Universidade do Porto): Como a gente se vai (des)entendendo: interrogações identitárias em Madame de Maria Velho da Costa
Burghard Baltrusch (Universidade de Vigo, Espanha): Sobre o «Trans-iberismo» como Meta-narrativa. José Saramago entre Universalismo e Pós-colonialismo.
Ruth Tobias (Universidade de Giessen, Alemanha): O regresso de Dom Sebastião? Metamorfoses do mito na literatura contemporânea.
Orlando Grossegesse (Universidade do Minho, Braga): Cenários do desenvolvimento sob a sombra da hiper-identidade.